Caridade paliativa: "responsabilidade social" do jeito que os conservadores gostam

Os conservadores sempre combateram os projetos sociais dos governos de esquerda. Para as elites, distribuir renda é terrível, pois as mesmas se acham no direito de ganharem mais do que os outros, por se acharem melhores que o resto da humanidade, seja lá por que motivos.

Mas todos sabem que se assumir publicamente egoísta pega muito mal. É preciso arrumar um jeito de ser visto como bondoso para obter respeito social e garantir ou manter benefícios que só são conseguidos através da conquista de outras pessoas. Por isso existe a chamada "caridade", que pelos seus efeitos e sua incapacidade de melhorar o sistema como um todo, chamaremos de caridade paliativa, conhecida por muitos como "assistencialismo".

A caridade paliativa é praticada pelas Instituições de caridade, entidades religiosas e ONGs em geral. Além de não tirar carentes de suas condições mesmo quando lhes direcionam para o mercado de trabalho, muitas delas fazem doutrinação religiosa ou apenas ideológica, pois se torna uma forma de poder e influência dos seus responsáveis que utilizam esta forma de caridade não apenas para forjar bondade, mas também para impor convicções pessoais.

É um meio de "ajudar" os outros sem resolver problemas, sem mudar a sociedade e sem incomodar o interesse dos mais ricos. Por isso, é a forma de altruísmo defendida pela sociedade conservadora. Mas para garantir a imagem de bom mocismo de quem pratica este tipo de caridade é preciso inventar que ela muda e melhora, embora seus resultados comprovam a sua ineficácia.

Consiste naquela coisa de dar sopinhas, agasalhos rasgados, roupas e brinquedos que não servem mais. Colocar jovens carentes para jogar bola, pular ou dançar. Campanhas filantrópicas que não mudam sistemas e iniciativas onde celebridades "doam cachê" (mas sem mexer no seu patrimônio pessoal) podem ser incluídas como formas de caridade paliativa. 

Compensam, mas nunca tiram carentes de suas condições humilhantes. Como dizia o jornalista inglês Christopher Hitchens, não confortam os aflitos e não aflige os confortáveis. A caridade paliativa é utilizada muito mais para que os auxiliadores passem uma imagem falsa de bondade. 

Interessante que a caridade paliativa é marcada pela ação em si e não pelos resultados. Os resultados nunca são mostrados. Até porque simplesmente eles nunca ocorrem. Ou vocês acham que um indigente que mora na rua vai deixar de ser indigente porque tomou uma sopinha e recebeu colchões e agasalhos, mas mantendo em sua condição indigna?

Mas como eu falei, é a forma de caridade favorita da sociedade conservadora porque ela não muda o sistema em si. Não tira os mais carentes de suas condições humilhantes. Serve mais como forma de suporte às injustiças e aos problemas que não serão eliminados porque as elites se beneficiam com estes transtornos, um fato infelizmente comprovado várias vezes. 

Manter uma sociedade injusta é manter as elites com seus privilégios, pois elas, metidas a tutoras da sociedade é que acham como os pobres devem ser auxiliados. mesmo que isso não signifique auxílio algum.

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