89% dos brasileiros afirmam acreditar em Deus

Uma pesquisa realizada pelo instituto francês Ipsos em 26 países, chegou a conclusão de que os brasileiros estão entre os povos que mais acreditam em Deus. 89% dos brasileiros afirmam acreditar em Deus ou em alguma divindade controladora do universo. Segundo a pesquisa, os dados fazem o Brasil empatar com a África do Sul, também com 89%.

A pesquisa também trabalhou com outros dados. 90% dos brasileiros afirmam acreditar que Deus ou forças maiores poderiam lhes ajudar em superar crises e resolver problemas, incluindo conflitos, doenças e desastres. Cerca de 79% acreditam no Paraíso, ou em lugares confortáveis no plano celeste. Mesmo assim, apenas 49% se dizem frequentadores assíduos de templos (igrejas, centros e similares).

Segundo a mesma pesquisa, o Japão está entre o que menos acredita em Deus, com cerca de 19% dos entrevistados afirmando acreditar em Deus. Se levarmos em conta que o Budismo, religião oficial do Japão, é uma crença sem Deus, faz bastante sentido. Holanda lidera entre os países do Ocidente, com 40% dos entrevistados assumindo crer em Deus. 

Na Holanda, a religiosidade existente é seguida de forma discreta, do contrário do Brasil, onde religiosos gostam de assumir publicamente a sua fé. Isso justifica ainda mais o resultado da pesquisa, pois a fé, associada a estereótipos de bondade e respeito humano, é algo cobrado na vida social, fazendo com que a maioria, até por motivos sociais, siga alguma religião para conquistar a confiança de outras pessoas.

Fé acima da Racionalidade

Por isso que a racionalidade anda tão em baixa e o moralismo medieval, seguido principalmente por bolsonaristas e pelo Espiritismo de Chico Xavier, retorna com toda a sua força, carregando consigo muitas discórdias e preconceitos.

Não encontramos dados sobre ateus, agnósticos e sem religião na pesquisa, que foi feita em 26 países, entrevistando cerca de 19731 pessoas, cerce de 1000 no Brasil entre janeiro e fevereiro de 2023. A margem de erro para o Brasil é de 3,5 pontos percentuais.

O resultado serve para explicar o modo de pensar do brasileiro, pouco afeito a racionalidade, com grande interesse pelo misticismo, não raramente considerando filosofias esotéricas como "ciências" ou algum tipo de atividade de "desenvolvimento intelectual". Até pela carga emotiva ausente nas verdadeiras ciências e fartamente encontrada nas falsas ciências de caráter místico. Uma forma de se sentir inteligente sem raciocinar.

A fé em Deus, ou seja, a crença de que o universo e nossos destinos estão entregues à responsabilidade de um gigante invisível, mas superpoderoso, é algo que vai custar a desaparecer em nosso país, embora já comece a desaparecer em países mais evoluídos, com melhor qualidade de vida e educação que estimula o desenvolvimento intelectual.

É complicado para alguém deixar de ter fé em Deus quando isso é cobrado de forma rigorosa por toda a sociedade. Bom lembrar que ateus sofrem preconceitos mais fortes e mais cruéis do que outras classes sociais oprimidas (gays, negros, índígenas, mulheres, etc.). Complicado lutar contra 89% de uma população de mais de 200 milhões de habitantes, ainda presas na sua medieval fé.

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