Religiosidade é instinto humano

Muita gente trata a religiosidade como sinal de evolução humana. Parece sinal de evolução porque dá ilusão de disciplina, altruísmo e moralidade. Mas na verdade, é o contrário. 

A religiosidade é um sinal de instinto humano. Tem muito a ver com a necessidade primitiva por um tutor. A crença em divindades, além de representar a nossa dependência a alguém supostamente superior a nós, é uma prova de limitação intelectual, já que não somos capazes (ou corajosos) para nos despir de crenças absurdas que somos obrigadas a aceitar como verdade por serem de origem supostamente divina.

A divinização das coisas nos faz submissos e crédulos. A antiguidade lançou mão desse recursos para que tiranos pudessem controlar de fora implacável a sociedade. Religiões surgiram pelo simples desejo de alguns homens de dominar um considerável grupo social, através da divinização de sua ideologia. Não é a toa que muitos líderes religiosos chamam seus seguidores de "rebanho".

Com o amadurecimento intelectual da humanidade, a crença em ideias não confirmadas e seres imaginários desaparece, resultando naquilo que conhecemos como "ateísmo", a não-crença em divindades, que é constantemente confundida com um tipo de crença e em muitos casos, como sinônimo de crença no demônio.

Trocando em miúdos, a religiosidade se parece muito com o que vemos na infância, época da vida onde é comum a crença em heróis, amigos imaginários e personagens como Papai Noel e Bicho Papão. Até considero a religiosidade um resquício da infância, que permanece em nós.

E crianças precisam de tutores, adultos para cuidá-los e direcionar o caminho. Isso não é parecido com a crença em divindade que ainda mantemos na vida adulta?

Se a religiosidade ainda domina em nossa sociedade, é porque ainda não amadurecemos. É mais um instinto que temos que aprender a largar para que caminhemos por conta própria, confiantes em nós mesmos e não em divindades que não temos a garantia de existirem.

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