A Terra poderia ser um planeta mais evoluído. Mas a humanidade não deixou
Por Senhor dos Anéis - Extraído do blogue Dossiê Espírita
Regredimos. É o que se constata na humanidade do planeta Terra, que ainda sofre com surtos de violência terrorista em países como Israel e episódios como o possível atentado a um avião de passageiros que recentemente caiu na Ucrânia se repetem constantemente.
Poucos avanços foram feitos em relação à Idade Média. Grandes movimentos ideológicos, como o Catolicismo medieval e, posteriormente, o Capitalismo político-econômico, causaram grandes estragos e fizeram travar os avanços da humanidade.
Diante de um emaranhado de valores duvidosos, as pessoas se tornaram menos saudáveis, mais consumistas, menos honestas, mais interesseiras, e o egoísmo humano foi um dos poucos fenômenos que tiveram "políticas sustentáveis" bem-sucedidas ao longo dos anos.
Em outras palavras: o egoísmo humano, na medida em que existe a solidariedade grupal para grandes projetos excludentes, de uma forma ou de outra. A articulação, por exemplo, que envolve grandes grupos capitalistas, políticos imperialistas e o crime organizado é um claro exemplo de como o egoísmo criou redes autossustentáveis no qual os maiores chefões vivem quase em imunidade.
Os danos morais que foram causados pelo Catolicismo medieval - que deturpou os ideais progressistas de Jesus da forma mais grotesca possível e, em princípio, ao sabor dos imperadores e aristocratas romanos que o haviam crucificado antes - e pelo Capitalismo em geral, fora os inúmeros outros danos consequentes, são inumeráveis e comprovam esse retrocesso no nosso planeta.
Em contrapartida, quando havia projetos de transformação sócio-cultural e de outros âmbitos na Terra, eles eram sabotados, empastelados e até perdidos. Muito do que se produziu na Antiguidade clássica, inclusive ideias de grande valor para os dias de hoje, se perderam e muito pouco se restou do que foi produzido em livros, textos dramáticos e obras de arte naqueles tempos.
Um dos grandes enigmas que existem hoje e que denunciam o nosso atraso contemporâneo é o fato de que construções arquitetônicas da Antiguidade, como no Egito, no México e no Peru, foram feitas por uma tecnologia bastante moderna e arrojada, algo que não se conseguiu explicar de maneira definitiva, já que até hoje apenas especulações foram lançadas, mesmo quando há hipóteses prováveis.
Enquanto isso, as cidades sofrem com a urbanização caótica, com a especulação imobiliária, com o crescimento das favelas que nenhuma ação política é capaz de desfazê-las e substituir por moradias populares construídas em larga escala diante de um processo de reurbanização sustentável que recupere a harmonia e o equilíbrio ambientais.
Em vez disso, há as "máfias" dos combustíveis e das empreiteiras, que boicotam técnicas e materiais mais ecológicos e econômicos, preferindo investir em materiais poluentes, degradantes ou caros. Hoje temos grandes elites, grandes oligarquias que, sob diversos aspectos, promovem a degradação sócio-cultural através de uma engenhosa rede de apoio e favorecimentos, inclusive sob a proteção das leis.
Grupos que promovem o egoísmo humano às custas de projetos que exijam baixos investimentos e lucros facilmente altos a curto prazo se sustentam e realimentam seu poder na impunidade, no consentimento silencioso de multidões desinformadas e pela manipulação do poder midiático e mercadológico.
No Brasil, se vê até mesmo a privatização da cultura popular, através de uma multiplicação de sub-celebridades e cantores e músicos medíocres cujo sucesso se deve mais a um engenhoso esquema de empresas de entretenimento, que subornam até atores de TV e acadêmicos para apoiar toda essa lambança sócio-cultural.
E a religião? Se o "espiritismo" brasileiro já se serve de muitas fraudes, com falsificação de quadros e falsetes travestidos de psicofonia e plágios disfarçados de psicografia, ele que é considerado a "vanguarda" da espiritualidade mundial, então o processo religioso só está em retrocesso.
As energias espirituais estão poluídas de certa forma que frequentemente quem morre mais são pessoas que trazem algum diferencial diante da mediocridade e do maucaratismo dominantes. No Brasil, recentemente perdemos pessoas essenciais como José Wilker e João Ubaldo Ribeiro. No exterior, perdemos vários cientistas que pesquisavam a cura da AIDS.
Enquanto isso, mesmo os facínoras que descuidam da saúde possuem sossego suficiente para ao menos adiar seus óbitos por algum tempo. Deixam de ser emocionalmente pressionados e vivem um ostracismo que pode não ser dos mais saudáveis ou invulneráveis, mas lhes fazem expor menos a seus riscos.
Em vários aspectos, criou-se uma solidariedade de uma minoria de homens que acumularam dinheiro e poder suficientes para sustentarem redes diversas a serviço do egoísmo, alimentado às custas dos retrocessos sociais e travando o progresso da humanidade na Terra mesmo quando tentam assimilar conceitos e valores progressistas.
Se o "sistema" não consegue impedir que ideias e valores novos se projetem e se expressem, eles tentam fazer com que seus efeitos transformadores sejam minimizados na medida do possível. Enquanto isso, as silenciosas multidões desconhecem a maioria das armadilhas que se armam contra elas. Por causa de uns poucos egoístas, a Terra perdeu a chance de se evoluir um pouco mais.
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