Capitalismo e Teologia do Sofrimento

Não é a toa que Capitalismo e setores conservadores do Cristianismo sempre se alinharam. Ambos, cada um a sua maneira, defendem a Teologia do Sofrimento, ideologia que pretende permitir a felicidade sob a condição de uma trajetória infeliz de muita dor e muitas perdas. Como se a felicidade exigisse um preço e esse sofrimento fosse o pagamento exigido.

Isso é bom para os capitalistas, pois ao explorarem os trabalhadores para cortarem custos, eles estarão "dando a oportunidade" para a "felicidade que virá depois da luta sofrida". Além da tese de que os ricos são pessoas que sofreram antes e agora tem o direito de abusar de todo o seu gozo pois supostamente lutaram para isso. Lindo, não?

Seria lindo se as coisas não fossem tão complexas. Seria lindo se todos os ricos tivessem realmente batalhado para chegar aonde estão. Seria lindo se para ser feliz não precisasse sofrer tanto.

É na verdade um retrato horrendo do Capitalismo que pretende reservar o bem estar para poucos e que arrumaram um jeito de legitimar a exploração e as desigualdades.

Para piorar, a Teologia do Sofrimento (que no Capitalismo é detectada pelo lema "No Pain, No Gain") está arraigada na sociedade que aplaude os privilegiados por eles serem os supostos vencedores por uma imaginária guerra pela sobrevivência. Sem saber que a riqueza, nos dias de hoje, é muito mais adquirida por herança ou por roubo do que por uma luta de fato.

Isso tudo justifica porque as pessoas acham naturais as injustiças incuráveis de nossa sociedade, assistindo sorridente e aplaudindo o sofrimento de fracos que são facilmente explorados por fortes que sempre acreditaram serem os fracos do assado. Quanta ingenuidade!

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