Brasileiros são reencarnação dos americanos da década de 40
O pseudo-espiritismo vive de difundir um monte de bobagens. Mas como não nega Kardec em seu todo, comete poucos acertos. E um desses acertos eu vi em uma palestra em um centro na área nobre de Salvador, quando ainda estava iludido com esta visão deturpada de Espiritismo praticada no Brasil.
No tal centro, um palestrante havia dito, sem dar detalhes, que a maioria dos brasileiros nascidas a partir de 1967 era reencarnação dos americanos da segunda metade dos anos 40 e da primeira dos anos 50. Como Kardec recomenda que a identificação dos espíritos se dá pelas caraterísticas de personalidade e pelas atitudes e ideias praticadas, incrivelmente neste caso, posso dizer que tal palestrante estava certo.
Os brasileiros de hoje, em sua larga maioria, agem e pensam como os retrógrados americanos da virada os anos 40/50. Odeiam mortalmente (mas sem motivo claro) socialistas, são altamente religiosos (até mesmo os ateus brasileiros agem como religiosos, senão na religião, agem como tais nos assuntos de política e entretenimento), gostam de músicas com letras alienadas e consomem sexo e drogas de maneira discreta, condenando no discursos, mas aderindo na prática. Exatamente com o faziam os conservadores americanos, corrompidos enrustidos que se posavam de corretos.
Claro que a decepção com os governos petistas criou um meio propício para este macartismo instintivo latente aparecesse na personalidade dos brasileiros, que ignoram que o Capitalismo é um sistema cruel. Ignoram tanto, que junto a este sentimento anti-socialista, aparece junto uma espécie de masoquismo pró-capitalista, onde todos reconhecem os "benefícios" da má distribuição de renda, das leis injustas e dos privilégios dados exclusivamente aos ricos, transformando os empresários em geral em "heróis" da humanidade só porque "chegaram lá", sabe se lá como. Os fins justificam os meios: isso deveria estar ser o lema de nossa bandeira.
Isso prova que a reencarnação existe e que, do contrário que muitos pseudo-espíritas pensam, a personalidade de cada espírito é preservada, se apresentando a mesma nas reencarnações posteriores, mesmo que o contexto seja outro. Nossa personalidade é a única coisa que levamos após a morte e isso é fato consumado.
Quanto ao macartismo brasileiro sinaliza o fim de outro mito pseudo-espírita: de que estamos evoluindo espiritualmente. Se avançar na evolução é voltar aos anos 40, de sombria raiva anti-socialista (os erros do PT não são os erros do Socialismo, que é um sistema justo, mas mal aplicado), sinceramente não sabemos o que é evolução. As palestras sobre "transformação" planetária conseguem fazer comédias de stand-up muito mais engraçadas do que as feitas por um humoristinha de direita que anda estimulando esse macartismo irresponsável, infelizmente atraindo muitos simpatizantes.
Já vivemos tempos melhores. O que virá agora?
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