Uma reflexão sobre o Natal

Como todos no lado ocidental do planeta sabem, hoje é Natal. Segundo a lenda - lenda, viram? - é a data onde Jesus, o ser mais evoluído que passou por este planeta - erroneamente tido como o "deus encarnado", "filho unigênito", "ser plasmado" e outras bobagens - nasceu. Além disso é uma época onde se acredita em Papai Noel, duendes, se estimula o consumismo e é quando pessoas normalmente egoísticas praticam a caridade paliativa, que nada resolve, mas consola momentaneamente. Nada de acordo com o que o verdadeiro Cristo se esforçou para ensinar.

Embora todos acreditem nisso tudo, Natal não é nada disso. Pelo menos não deveria ser. A data, que na verdade não foi de fato o nascimento de Jesus (evidências sugerem que ele tenha nascido na data atribuída à Páscoa, vários anos antes do ano atribuído), foi escolhida como comemoração de Aniversário de Jesus por causa da proximidade do Ano Novo, época que favoreceria maiores reflexões sobre a vida e também o altruísmo, que na prática, não é exercido da maneira devida, embora mesmo assim seja louvável. Provisoriamente louvável, mas louvável.

Antes de continuar este texto eu pergunto: estou sendo chato, não é? Muito certamente, todos esperavam aquelas mensagens bobas de paz, amor e esperança, típicas desta época. Mas vendo que o mundo continua na mesma, que as mensagens de paz, amor e esperança não tem transformado ninguém nem melhorado o planeta, resolvi dar uma sacolejada. Dói, mas é preciso. Como uma injeção que pode curar.

Jesus, o espírito mais evoluído que viveu na Terra

Jesus foi o espírito mais evoluído que encarnou neste planeta. Do contrário que as religiões (incluindo o "Espiritismo" à brasileira, Chiquista e equivocado) difundem, Jesus não era um privilegiado. Se esforçou em inúmeras encarnações para chegar aonde chegou e foi "convocado" por Deus para a missão de educar (literalmente) a humanidade, graças a sua capacidade de discernimento e convencimento. Jesus era um revolucionário, ensinando as pessoas a serem mais racionais, altruístas e - surpresa! - mais politizadas. Morreu não pela absurda tese de que isso iria nos salvar e sim, porque incomodava a política da época, intelectualmente e moralmente atrasada. Achavam que um "Rei" com aquela popularidade iria ameaçar os poderoso do Império Romano.

Sem os meios de comunicação conhecidos de hoje, o método de Cristo era o de boca-a-boca. Ensinava as pessoas através de conversas informais, como as que temos com nossos amigos no dia a dia. Aproveitava para passar as suas lições que eram espalhadas, já que a sua coerência ímpar convencia as pessoas pela lógica e pelo bom senso. Por ter sido um espírito elevado, sua moral e seu intelecto eram incorruptíveis.

Suas ideias duraram séculos pela sua coerência e pela sua urgência, já que a missão de Jesus era de alavancar a evolução da humanidade. Claro que as religiões contribuíram para a sua difusão e permanência, mas acabaram deturpando. Essa deturpação atrasou bastante o cumprimento da missão do Cristo, já que a humanidade pouco evoluiu desde o tempo em que  esteve na terra até os dias de hoje. Presos a dogmas irracionais e a um autoritarismo ideológico, as religiões desviaram o foco e eliminaram o caráter intelectual de Cristo, que pela sua evolução, era muito mais que um superdotado. Se pudesse ser medido, o QI de Cristo, alcançaria valores muitíssimos elevados. Ia estourar qualquer fórmula de cálculo.

Kardec, seguidor e difusor das ideias do Cristo

No século XIX, um cientista francês, o professor Hippolyte Leon Denizard, clamado pelos espíritos realmente superiores (não esses zombeteiros mistificadores que mandam no "espiritismo" brasileiro), recebeu a missão de reinterpretar a missão de Jesus através da Doutrina Espírita. Como sua missão era uma novidade a ser imediatamente incompreendida e por ser um profissional consagrado nos meios científicos da época, resolveu adotar um pseudônimo, Allan Kardec, para assinar os seus trabalhos.

Kardec foi quem melhor soube traduzir a missão de Jesus, quase como um trabalho complementar aos de vários cientistas atuais que se esforçam em pesquisar o Jesus histórico, não o mito inventado pelas religiões, com aquela cara de tenista sueco, e sim o homem de moral e intelecto intactos que veio educar a humanidade, acelerando a sua evolução moral e intelectual.

O Jesus real, foi sim um homem comum, que sorria, se divertia, tinha amigos (e muitos!), sobretudo os apóstolos, que na verdade eram seus colegas de missão, homens que militavam na mesma causa do mestre de Nazaré, tentando melhorar a sociedade de época. Se Jesus namorou ou não, não se sabe. É supérfluo saber. Mas isso não fere em qualquer hipótese, o caráter de Jesus. Até porque, em caso positivo, o amor conjugal se tornaria ainda mais nobre ao ser acrescido da missão importante que o Cristo se propôs a seguir.

E o que estamos fazendo com as lições de Jesus?

E, voltando aos dias de hoje, o que estamos fazendo com a lições de Jesus? Nada, exatamente nada. Além do consumismo, do misticismo barato e da mitologia inútil através de presépios que no fundo nada dizem. Não só a vaca de presépio é inútil, mas o presépio todo. Puro enfeite a entreter as massas, pois nenhuma lição se tira destas.

Que tal seguirmos realmente o exemplo de Jesus? Esqueçam, não vamos multiplicar peixes e andar sobre as águas. Vamos sim, educar nossos amigos e parentes para se evoluir no caráter. Vamos, através de nossas conversas, tentar melhorar este mundo, eliminando de maneira corajosa e até ousada, problemas  e injustiças, fazendo que os benefícios não cheguem apenas a alguns, nem apenas a maiorias e sim a todos. Que todos, sem exceção, possam ter uma vida realmente digna e próspera.

Esse era o objetivo do Cristo, ainda muito longe de ser alcançado. E é essa a mensagem que deixo aos que leram este texto: sigam o exemplo do Cristo. Não o Cristo fictício e "mágico", sobrenatural, inventado pelas religiões. Mas esse homem corajoso que teve a nobre honra de dar um importante passo para que a humanidade pudesse aprender a ter justiça e altruísmo, lutando pelo benefício de todos.

Há muito a ser feito. Mas só a disposição em seguir o exemplo do Cristo,em si, já ajudará a fazer o "trem andar", para que possamos ver este muito mais justo e feliz. Ouçamos Jesus: ele ainda tem muito a nos dizer, não somente hoje, mas em todos os dias de todos os anos.

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