Não desejo felicidade a nehum casal. E não estou errado nisso

É isso mesmo que vocês leram. Não desejo nenhuma felicidade a qualquer casal. E não estou errado nisso. Mas para explicar o que parece uma aberração aos ouvidos e olhos de muita gente, preciso esclarecer algumas coisas.

A noção de bondade que a maioria das pessoa tem é míope. Normalmente ela foi dada pela mídia e pelas religiões. Fora disso, a noção de bondade que as pessoas tem é nula.

A bondade é o desejo pelo benefício alheio. O mal não é a sua ausência e sim o desejo pelo prejuízo alheio. A ausência do bem não é sinônimo de maldade e sim de indiferença.

A bondade posta em prática, se chama caridade. Para haver caridade, é necessário que doemos algo que temos em excesso, sem prejudicar a nós mesmos. Ele se baseia na ideia de que todos precisam ter as suas necessidades e vontades satisfeitas: todos precisam viver bem.

E existe caridade quando doamos o que não possuímos? Claro que não, pois o prejuízo nosso desfaz a noção de caridade. Claro que uma limitação é compreendida, como alguém que se livra de uma bela roupa para agasalhar outro. Mas isso não significou prejuízo, mesmo havendo uma "perda", que tem condições de ser compensada futuramente. Mas fazer algo em benefício alheio, mas que nos traga danos, nunca é bom.

Voltando a o assunto do título, que está servindo para explicar que para sermos caridosos, devemos dar o que temos. Não dá para fazer caridade com nada.

Nunca fui feliz na vida afetiva. Os namoros que eu tive foram sempre sem amor, pois as mulheres que eu amava ou não me queriam, ou estavam comprometidas, ou desapareciam logo em seguida. Me lembro que em Salvador, quase sem querer, acabei conquistando uma garota que eu gostava. Ao reencontrá-la na faculdade e descobrir que era ideal para mim, justamente no dia do meu aniversário, não sabia que era a última vez que a via. Na semana seguinte ela sumiu, sem dar notícias.

Como vou desejar felicidades a casais se eu nunca fui feliz com mulher nenhuma? Seria no mínimo uma hipocrisia desejar esse tipo de benefício, pois não tenho noção do que deve ser a felicidade ao lado de uma mulher. Claro que eu não desejo mal. A vida de um casal não influi nem positivamente nem negativamente na minha vida. Se eles querem ser felizes, que se esforcem para isso. Eu nada tenho a ver com o que acontece com eles, já que não influem na minha vida.

Foi um exemplo para explicar que a caridade, para que seja espontânea, deve vir de nós quando temos a noção do benefício, ou no caso da caridade material, quando temos um excesso de bens que possa ser repartido. Imaginem se um mendigo tem condições de desejar felicidade aos outros. Claro que não! Ele não tem noção de felicidade. No máximo, deve deixar para lá os outros e lutar para sair de sua condição humilhante. Desejar o que não se tem é hipocrisia ou masoquismo.

Não desejo felicidade a casais até que possa ter uma noção real de felicidade conjugal. Não se zanguem comigo. O fato de esnobar o afeto entre outras pessoas não me faz desejar nenhuma maldade. O desejo pela felicidade afetiva alheia é apenas algo que foge da minha competência, já que se trata de uma experiência inédita para mim.

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