Amor, Paz e Esperança: isso é tudo?

Quando eu frequento os centros espíritas ou procuro na internet algo a respeito, em sua maioria, são coisas relacionadas a paz, amor e esperança, em mensagens bem piegas e totalmente isentas de conteúdo intelectualizado, levando muita gente a crer que evolução intelectual é apenas através da moral e do sentimento. 

Isso é grave. Um ignorante que tenha chegado ao nível máximo de moralidade já poderia, segundo os supostos espíritas brasileiros, já não precisaria mais evoluir. Uns consideram que a evolução intelectual vem da moral (prefiro crer que ambos evoluem juntos, a presença da moral sem o intelecto é nociva, assim como o vice-versa).

Esse punhado de mensagens e lições puramente sentimentais tem feito das reuniões espíritas um festival de pieguice que só piora as coisas. mensagens colocadas na internet também. Muitos que se consideram seguidores de Kardec não cansam de postar mensagens melosas que ficariam bem melhores em letras de músicas românticas, como as cantadas pelo cantor romântico Fábio Júnior (foto)- acusado inclusive pelos pretensos espíritas de ser um cantor "espírita", pois muitos adeptos enxergam letras "espíritas" em suas músicas, como alguém que consegue enxergar cabelo em ovo.

Essa priorização da pieguice tem criado uma estagnação muito séria a doutrina, somado ao fato de que ela não tem sido levada a sério, reduzida a uma seita religiosa igualzinho as outras, estimulando a credulidade (chamada de "fé" pelos crédulos), jogando no lixo toda a pesquisa resultante do incansável esforço de Allan Kardec em tentar cumprir  a sua tarefa de esclarecimento sobre o que nos rodeia.

Não devemos abrir mão do sentimento, mas colocá-lo em um nível que não atropele a compreensão intelectual da doutrina, mantendo o caráter analítico e questionador original da doutrina. Impedir que a doutrina descambe de vez para a pieguice irreversível.

Essa pieguice toda fez muitos estragos na doutrina e ainda fará senão frearmos essa tola atitude. Os seguidores da doutrina deveriam levar em conta o privilégio de termos o raciocínio e utilizar o nosso cérebro, para que nunca sejamos enganados pelas falsas promessas de mensagens bonitinhas que não ajudam em nada a desenvolver nossas qualidades.

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