Cegos pela fé, esquerdistas religiosos associam frequentemente bondade com Cristianismo

Estamos costumados a associar religiosidade e bondade. A bondade atribuída às religiões tem sido responsável pela manutenção das mesmas, que insistem em empurrar seus dogmas surreais como se fossem fatos históricos reais, lógicos e óbvios. Não raramente a bondade é usada para justificar a religiosidade, fazendo com que muita gente não consiga imaginar alguém bondoso sem religião.

É um pensamento antigo arraigado na sociedade brasileira e que começa a desaparecer nas nações intelectualmente mais desenvolvidas, com melhor qualidade na educação e melhor justiça na distribuição de renda e direitos. É nítido que religiões fortalecem em nações menos escolarizadas e com altos níveis de desigualdade social e econômica.

Mas os esquerdistas brasileiros religiosos parecem ignorar isso. Quando são alertados pela decadência das religiões em nações evoluídas, fazem um malabarismo intelectual para tentar provar, sem sucesso, de que as nações que eliminam a religiosidade estão "erradas".

O lançamento da obra Lula e a Espiritualidade está servindo para consagrar a religiosidade de pessoas que seguem como orientação política uma filosofia fundada por um ateu (??!!!). Fascinados por lendas surreais que juram ter acontecido no mundo real, esquerdistas religiosos insistem, em várias oportunidades, de que a bondade é exclusividade dos cristãos.

Vários esquerdistas inclusive estranham as atitudes de cristãos de direita, como se fosse impossível um cristão perverso e egoísta. Isso é feito de forma constante e repetitiva, como se o esquerdista religioso insistisse na tolice de que "não existe bondade sem pensamento cristão". Como se Jesus tivesse privatizado a bondade para si e patenteado-a.

É um sinal de atraso intelectual e aprisionamento na zona de conforto da fé. Bondade nada tem a ver com religiosidade. A bondade até melhora quando fica longe da fé, ganhando espontaneidade pela desobrigação. A bondade sem fé é feita com puro amor pelo próximo, observando as necessidades do ser a ser ajudado, sem a necessidade de agradar divindades.

A bondade da religião é interesseira, pois o altruísmo praticado em nome da fé visa obediência a um líder (no caso, Deus) e a vontade de se beneficiar com ela (como ganhar um lugar no céu). Há a necessidade do comprimento de certas regras, inclusive as sociais, pois no Brasil, fugir da religiosidade é algo que ainda não é socialmente aceito, tornando ateus alvo de formas bem cruéis de preconceito. Ser cruel contra ateus pode ser considerada uma forma de bondade cristã? 

As esquerdas que assumem uma religiosidade cometem uma grave contradição. Por isso não raramente religiosos de esquerda agem como bolsominions nas redes, pois defender contradições gera tensão e fica impossível defender com calma e racionalidade algo que não tem sentido nem condições de ser aceita com lógica e sensatez.

Sinceramente, a aliança da esquerda com as religiões é um tiro no pé. Se acham impossível uma Teologia de esquerda, tentem pô-la em prática. A associação entre política e religiosidade já se comprovou como maléfica em inúmeras oportunidades na História. Vamos continuar seguindo este nefasto caminho de tirar a fé dos templos e colocá-los nos gabinetes governamentais?

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