Porque Luciano Huck odeia os projetos da esquerda se ele se considera um ativista social?

Quem assiste aos programas do Luciano Huck tem a ilusão de que ele é um benfeitor, um ativista  que sonha com o fim das desigualdades sociais. Ele inclusive vive dando palestras sobre o assunto e nunca perde a oportunidade de forjar apoio a iniciativas que pretendem dar vida digna à população carente. Além disso, é frequentemente filmado com pobres em seu programa, como se o seu hobby fosse ir à áreas carentes conversar com os mais humildes.

Mas quem vai além do programa e dos eventos comandados pelo apresentador do Caldeirão, a realidade é outra. A máscara do bom-mocismo de Huck cai e mostra-se um mega-empresário ganancioso, que danifica o meio ambiente, que se envolve em polêmicas e cuja esposa, também apresentadora de TV, paga uma mulher para segurar o guarda-sol.

Na verdade, o que Huck faz é pura propaganda. Apesar de formado em Direito, Huck tem uma vocação incrível para a Publicidade e Propaganda. O apresentador sabe muito bem construir a sua imagem e tem a impressionante capacidade de sair sem um arranhão em sua reputação, das polêmicas em que se envolve. Enfim, Huck é um excelente publicitário de si mesmo, o seu melhor produto.

Mas porque ele sendo um... digamos... ativista social, ele se mostra um direitista anti-PT, um tucano até mesmo em sua aparência física (ele é famoso pelo nariz grande com formato de bico) e que se prepara, junto com os maiores e mais gananciosos empresários do Brasil, de criar um fundo para driblar a proibição de financiamento privado para campanhas de políticos, sobretudo os de ideologia capitalista. 

Interessante para um homem apresentado como 100% honesto se envolver num trambique como este que pode ser facilmente classificado de corrupção. O chamado "fundo cívico" (que de cívico não tem nada, pois apoia a venda e o controle de bens  riquezas para gringos gananciosos) está tirando a máscara de honestidade dos milionários brasileiros, classificados com sabedoria por Jessé de Souza (autor de A Elite do Atraso, livro recém lançado) como praticantes do saque e da rapina. Não somente o nariz do tucano Huck, mas também a atitude do apresentador lembra bem a rapinagem.

Mas voltando ao suposto ativismo de fachada do tucano Huck: porque será que ele é direitista e reprova os projetos bem sucedidos dos governos petistas (senão o apresentador teria virado petista e lutado para impedir o golpe em que participou) se ele quer ser consagrado como um benfeitor e "amigo dos pobres"?

Huck, que é tucano de família (há familiares ligados ao PSDB), empresário bem sucedido antes mesmo de virar apresentador e integrante da grande burguesia brasileira, pretende mesmo é o assistencialismo: uma forma de altruísmo pouco eficaz que não mexe nas estruturas sociais e nos interesses dos mais ricos e que é tradicionalmente praticada por ONGs e grupos religiosos.

O apresentador quer mesmo este tipo de "caridade", que não transforma, não muda o sistema e serve de uma esmola muito bem dada. Uma caridade que sirva mais para promover o benfeitor do que ajudar de fato quem precisa. Não por acaso, o ídolo religioso de Luciano Huck é Chico Xavier, o farsante que fingiu ser médium a mando de uma federação que queria ganhar muito dinheiro com ele, e que praticava uma caridade sem eficácia e que não conseguiu melhorar a vida das pessoas carentes em Uberaba, uma cidade cuja desigualdade social só aumenta.

Luciano Huck não está nem um pouco interessado em melhorar o mundo. Até porque se melhorar, ele deixa de ser rico. Por isso que ele odeia os projetos do PT, preferindo oferecer uma alternativa que seja menos transformadora. Por isso que ele se alia a políticos de linha conservadora e cria o seu altruísmo de fachada. Até porque ele quer fazer a sua "revolução" antes que os verdadeiros revolucionários a façam. Uma "revolução" que tem a obrigação de não ser revolucionária.

O que Huck quer mesmo é usar a caridade para se auto-promover e ganhar o apoio dos mais carentes para seu secreto plano político de impor o neoliberalismo, esta doutrina gananciosa e excludente que está sendo imposta goela abaixo desde que Temer sentou no trono. 

A missão de Huck é dar continuidade ao golpe, entregar nossas riquezas a gananciosos estrangeiros, extinguir ou privatizar as empresas públicas, eliminar o caráter altruísta do estado e limitar a assistência social a um engodo que serve apenas para "calar a boca" dos mais carentes, criando uma falsa satisfação. Como no caso da lavagem de porco oferecida por João Dória, outro magnata amigo e afinado ideológico de Huck. 

Os tempos estão mais para loucura, loucura, loucura. E quem viver, chorará.

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