O altruísmo que agrada à direita

A direita normalmente é gananciosa e arrivista. Quer porque quer vencer os outros e acumular riqueza e poder. Por isso mesmo um bando de gananciosos, com a ajuda de ingênuos apoiadores, resolveu fazer um golpe político para arrancar uma presidente progressista, que travava o avanço da ganância capitalista, do poder.

Mas os direitistas, espertos como ninguém, sabem que assumir maldades nunca e bom. Todos precisam da confiança alheia para se dar bem em na coletividade. E posar de bondoso é essencial para que haja confiança e medidas que dependem de decisão alheia possam ser aceitas e postas em prática.

Aí, com a ajuda das religiões, as forças conservadoras inventaram um tipo de caridade que não acaba com as injustiças, preservando todos os privilégios dos mais poderosos. Esta forma de caridade, conhecida como "assistencialismo", tem na sua precariedade e paliatividade uma forma de não atrapalhar os interesses de quem e ganancioso, que pode até fingir generosidade por meio de atos supostamente altruísticos, mas sem resultado eficiente.

É uma caridade que estamos cansados de ver em ONGs, instituições de caridade, Criança Esperança e é a defendida por empresas quando falam em "responsabilidade social". Até porque, no caso destas empresas, controladas por magnatas gananciosos, falar na verdadeira responsabilidade social lhes dá calafrios. É melhor usar este nome bonito para classificar um "altruísmo" mais precário e que não prejudique a ganância empresarial.

Esta forma paliativa de caridade, inspirada nas campanhas feitas para reparação de tragédias consiste em oferecer uma ajuda rudimentar ao povo mais carente, que é mantido em sua condição humilhante de forma menos dolorosa, mas sem ter a dignidade de abandonar a sua precária condição de vida. 

Trocando em miúdos, a caridade paliativa, tradicionalmente praticada, só serve para que o pobre suporte a dor que não lhe será tirada. Pois eliminar a dor dos mais pobres não é de interesse das classes gananciosas que lideram o mundo.

Esta forma de altruísmo, que não depende da mudança de leis e que só serve de "agrado" a seres que normalmente são tratados como sub-humanos - daí a ideia de ajudar os pobres dando muito menos do que as classes abastadas desejariam para si mesmas - agrada muito a conservadores, que podem fingir bondade sem ter que praticar o verdadeiro altruísmo, o que exigiria abrir mão dos excessos de bens, direitos e renda protegidos pelas atitudes gananciosas que tomam.

A caridade paliativa é a forma desejada pela direita e por forças conservadoras para tentar amenizar o sofrimento dos mais carentes, mas sem tirá-los da carência. Por isso que é estimulada e praticada no lugar da verdadeira caridade que deveria redistribuir bens, renda e direitos para que todos os seres humanos tenham acesso a mesma qualidade de vida. Afinal, somos todos humanos e para quê separar uns dos outros?

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