Desinteresse pela leitura fortalece as religiões

Brasileiros não gostam de ler. Quando leem, ou porque a escola mandou ou é alguma coisa de interesse próprio que foi estimulada pela sociabilização. Convém lembrar que outra característica do povo brasileiro é priorizar a vida social, moldando gostos, ideias e hábitos de acordo com o senso comum, ou seja, aquilo que a sociedade coletivamente acredita. 

O desinteresse pela leitura é um trunfo das religiões. Apesar de quase todas serem baseadas em livros que são cultuados, a leitura deles só ocorre por indicação das lideranças religiosas, já que os mesmos livros da cada igreja, filosofia ou seita contém trechos que podem inviabilizá-las.

Depende muito do prestígio de suas lideranças para elas indicarem quais partes de cada livro devem ser lidas. Por isso que o conceito de "fé" é importante: para que os seguidores sejam utilizados por essas liderança como instrumentos de manobra, graças a confiança que estes possuem em seus líderes, supostas divindades materializadas.

Não é preciso ler integralmente as obras para cultuá-las. Aliás, é ate melhor não lê-las integralmente. Cultue-as como "expressões de manifestação da verdade" e está tudo resolvido. 

A Bíblia, por exemplo, é grande demais para ser lida por alguém que não se encontra em disposição para lê-la. Para muitos, a Bíblia não é apenas um livro e sim a materialização do próprio Deus que seus cultuadores atribuem a"autoria" (???!!!).

O Espiritismo-cristão praticado no Brasil também se beneficiou muito com a não leitura. Sem ler os livros de Allan Kardec e os de Chico Xavier que vivem se contradizendo o tempo todo, os fiéis puderam entender erradamente que o segundo é discípulo do primeiro, como se escrevessem a mesma coisa. Há lunáticos que acreditam que os dois são um só. 

Se lessem suas obras e comparasse a de um autor com o do outro, veriam que há impossibilidade de um ser discípulo do outro e mas ainda absurda a ideia de que os dois são um só, pois há contradições violentas entre as obras dos dois autores.

Mas as lideranças da FEB (Federação "Espírita" Brasileira) se beneficiaram com a não leitura, pudendo fazer com que absurdos e contradições fossem facilmente aceitos no meio, sob o manto falso da "fé raciocinada" que é o nome que os devotos de Chico Xavier ao a fé cega.

Mas como nas outras seitas há sim a indicação de leitura por lideranças mal intencionadas. Obras psicografadas, sobretudo romances e relatos falsamente atribuídos a mortos famosos são estimuladas, pois além de servirem para confirmar os absurdos que reforçam a fé cega, impedem maiores questionamentos que possam atrapalhar os planos malignos das lideranças interesseiras.

Não é coincidência que o país mais religioso do mundo é também o que menos se interessa pela leitura, havendo um grande número de igrejas, centros e templos e um reduzido número de livrarias e bibliotecas. 

Leitura responsável estimula a lógica e o questionamento e desestimulá-la, nem que seja trocada pela com a leitura alienada que serve mais para enter as ilusões de um povo cada vez mais enganado e que mostra sempre incapaz de resolver os problemas que duram décadas em nossa sociedade.

Desestimulemos a leitura responsável para que o bem estar seja privilégio de nossas lideranças. Divinais ou não, mas todas alheias ao bem estar coletivo.

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