Opositores do aborto só querem agradar a Deus, não salvar vidas
Antes de iniciarmos esta postagem, uma pergunta deve ser feita: entre um projeto em andamento e um que nem começou, qual você cancelaria? Certamente, cancelar um projeto em andamento geraria mais danos do que cancelar um que ainda nem começou. Com custos e planejamentos já investidos, seria melhor manter o projeto que já se iniciou e desistir do que nem começou.
Analogamente, já deu para perceber que numa situação de uma gravidez na infância, como aconteceu com a menina de 10 anos estuprada pelo próprio tio, seria melhor salvar a menina do que o feto que nem se formou. A decisão tomada após protestos de religiosos foi de abortar, para salvar a menina de 10 anos, cujo organismo não está preparado para uma gravidez.
Mas religiosos não estão nem aí com vidas. Usam a preservação da vida do feto como desculpa, mas a meta desses fiéis não é salvar vidas, mas de agradar ao Deus em que acreditam. Religiosos acham não só bonito como urgente a submissão cega a uma liderança que nunca viram mas acreditam fervorosamente, por pensar ser impossível um universo sem controle humano.
As campanhas anti-aborto têm mais esta finalidade. Manter viva não um corpo em processo de pré-formação, mas manter viva uma crença que é conveniente para estes fiéis que transformam a religião na própria vida, sonhando em impor seus dogmas ao mundo real e às pessoas que possuem crenças diferentes das delas.
Entidades anti-aborto não estão nem aí para as vidas de pessoas. Quanto mais a de um feto que não conseguiu ainda formar o mínimo necessário para que se possa considerá-lo um ser humano vivo. Essas entidades querem preservar a sua fé e a submissão ao Deus em que acreditam. E para eles, só este Deus tem o direito de decidir quem deve viver e quem deve morrer.
O que explica o fato dos mesmos fiéis que condenam o aborto, serem a favor da pena de morte, sobretudo para quem é pobre. Ricos delinquentes não são delinquentes e devem ser perdoados, enquanto pobres inocentes são condenados junto aos pobres infratores, já que o verdadeiro crime condenado na opinião dos conservadores é a pobreza e não a posse do bem alheio.
Concluindo, como autênticas forças conservadoras, as entidades e pessoas anti-aborto não estão preocupadas com a conservação da vida e sim com a conservação de sua fé cega e a crença em um Gigante Invisível que para eles, tudo vê, tudo sente e tem o direito de exterminar a humanidade inteira se quiser, escolhendo de forma subjetiva quem deve viver ou morrer.
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