Esquerdistas religiosos não conseguem separar bondade de cristianismo

O fanatismo religioso é uma doença difícil de ser curada. A sua cura é muito dolorida pois ela exige a mudança de convicções e o fim de crenças em dogmas absurdos e em seres ultra-poderosos conhecidos como "divindades". Para o religioso é muito duro se assumir sem apoio invisível. O oculto não apenas o fascina que lhe traz conforto e sensação de proteção.

No Brasil, o Cristianismo é predominante através de três ramos religiosos: a Igreja Católica, as inúmeras seitas protestantes e o que muitos chamam de "Espiritismo" (que nada tem a ver coma  doutrina original codificada na França, embora o codificador seja considerado como "patrono"). 

Estas três correntes religiosas ignoram o fato de que não passam de mera mitologia e sonham em se impor para o mundo rel de toda a humanidade. Isso interfere no conceito de bondade que a maioria das pessoas tem. Par muitos ser bondoso e ser cristão são sinônimos, conceitos indissociáveis.

Por isso que há preconceito contra ateus, justamente por associar de forma inseparável a bondade e religiosidade. Como se ajudar o próximo dependesse na crença em dogmas absurdos como, por exemplo, uma cobra que fala.

Esquerdistas sensatos que dão folga aos cérebros quando falam em religiosidade

Seria compreensível que este pensamento fosse exclusivo de direitistas, normalmente alucinados em seus duvidosos conceitos, criados para legitimar a ganância de poucos sobre muitos. mas, infelizmente, a religiosidade é institucionalizada pelas forças progressistas que integram as várias linhas esquerdistas que tratam a fé como um direito irrefutável, quase acima do bem estar.

Este pensamento, infelizmente compartilhado entre esquerdistas e direitistas, tem favorecido com que lideranças religiosas continuassem abusando e lucrando com a fé alheia em coisas sem comprovação real. "Deus existe porque sim! E não se fala mais nisso!"

A religiosidade, que deveria ser tratada como uma espécie de entretenimento, por se basear em mitologias, acaba atrapalhando a compreensão do mundo real e faz com que intelectuais normalmente sensatos em muitos assuntos, deem uma folga a seus cérebros e aceitem dogmas surreais como verdades inquestionáveis.

Isso arruína de forma definitiva o conceito de bondade, atrapalhando qualquer projeto altruísta, que passa a depender da associação religiosa para existir. Ignoram os religiosos que a bondade nada tem a ver com religiosidade e sim com a noção de que toda a humanidade tem o direito a um bem estar mínimo. 

Religiosidade distorce conceito de bondade e atrapalha projetos altruístas

Mas a religiosidade estragou tudo e como continuamos com ela, perpetuamos injustiças, por fazermos a caridade da forma errada, sob orientação religiosa, baseada em mitos e dogmas, e não baseada no respeito ao direito alheio.

As esquerdas, ao estabelecerem uma associação rígida entre bondade e religiosidade, distorcem a compreensão do mundo real, incapacitando-os de entender a possibilidade de haver sadismo entre os religiosos, principalmente entre os que falam em nome de Cristo. 

A Bíblia está cheia de estórias de terror, violência e sadismo e mesmo a ausência desses aspectos no Novo Testamento não impediu que cristãos assumidos cometessem atrocidades em nome da fé religiosa que tinham. Como então ser absurdo ser religioso e mau ao mesmo tempo?

Ter fé não impede alguém de cometer atrocidades. Pelo contrário, dependendo do dogma acreditado e no maniqueísmo presente em quase todas as obras religiosas, pode se cometer atrocidades sob desculpa de "combate ao mal", rotulando vilões com base em conceitos subjetivos, como classificar meros desafetos como maus, por melhores pessoas que estes sejam.

Seria bom que as esquerdas usassem seu pensamento sensato também na hora de falarem sobre religiosidade, entendendo-a como a aceitação de meras mitologias incompatíveis com o mundo real e compreendendo que bondade não depende de fé em dogmas mas na fé em pessoas e no direito destas de viverem dignamente com seus direitos respeitados. 

Não precisamos acreditar em absurdos para desejar o bem às pessoas. É preciso se lembrar disso constantemente.